E se você, em poucos segundos, pudesse responder qualquer pergunta? Ou se de repente, a solução para os desafios da sua rotina de trabalho ou estudos pudessem ser facilmente solucionados sem esforço algum e com um simples comando?

Não estamos falando de um poder mágico, de gurus, nem nada desse tipo, mas sim de Inteligências Artificiais. Se no passado isso parecia coisa de ficção científica, o ChatGPT nos mostra que essa realidade está assustadoramente mais próxima do que imaginamos. 

Mas o que exatamente é o ChatGPT e como essa plataforma funciona? Por que a Microsoft está investindo bilhões de dólares nesta ferramenta e por que o Google está em alerta vermelho? A gente te explica!

O que é o GPT?

“Sou um modelo de linguagem treinado pela OpenAI chamado ChatGPT. Estou programado para responder perguntas e ajudar com tarefas que envolvam processamento de linguagem natural.
Eu funciono usando uma técnica chamada aprendizado profundo baseado em redes neurais. Isso significa que eu fui treinado com milhões de exemplos de texto para aprender a reconhecer padrões e gerar respostas coerentes. Quando você me envia uma pergunta, eu uso esses padrões aprendidos para gerar uma resposta baseada no contexto da pergunta”

Não somos nós que definimos dessa forma, tampouco retiramos esse texto de uma página da Internet. Quem respondeu à nossa pergunta foi o próprio ChatGPT: como ele mesmo se apresenta, um bot que utiliza inteligência artificial e aprendizado de máquina para gerar, basicamente, qualquer tipo de resposta em texto. É como se você pudesse “conversar” com o buscador do Google e, ao invés de resultados de pesquisa, fossem gerados resultados “precisos” para suas perguntas ou até mesmo pedidos, por mais complexos que sejam. 

Mesmo ainda em fases de testes, o ChatGPT já mostra ser muito capaz de realizar diversas tarefas e facilitar a vida do usuário. Quer programar um site do zero, mas não possui muito conhecimento sobre desenvolvimento web? A plataforma consegue (mesmo que em uma formatação bem básica) lhe mostrar todos os passos e fazer as linhas de código prontas para você apenas copiar e colar!

O impacto do ChatGPT e a corrida pelas Inteligências Artificiais

Certo, então quer dizer que Inteligências Artificiais agora produzem “arte”, como as dezenas de imagens criadas pelo Dall-E e pela Lensa que você deve ter visto nas suas redes sociais, respondem perguntas e até mesmo criam códigos de programação? Com uma ferramenta tão poderosa, com esse nível de automação, e bizarramente acessível, é natural pensar que muita coisa deve mudar daqui em diante: nossa forma de aprender, de trabalhar e até mesmo de nos relacionarmos com a tecnologia.

As principais Big Techs, empresas dominantes mundialmente do setor de tecnologia, também perceberam isso. Tanto que a Microsoft já investiu bilhões de dólares na OpenAI, empresa criadora do ChatGPT e do Dall-E, para conseguir implementar essa tecnologia em seus produtos.

Especialistas do setor dizem que a empresa fundada por Bill Gates tem a intenção de usar essa habilidade de prover respostas exatas para usuários dentro de sua plataforma de pesquisas, o Bing, e, consequentemente, disputar com seu maior rival. 

Com a beta do ChatGPT-3 se mostrando tão eficiente, funcionários da Google disseram ao New York Times que a empresa está em “alerta vermelho” e tentando aprimorar sua própria mecânica de pesquisa que utiliza inteligência artificial, a LaMDA, para encarar essa disputa.

Mas por que tanta preocupação? Praticamente unânime no setor dos buscadores online por décadas, a Google, pela primeira vez, enxerga a possibilidade de perder uma fatia muito considerável de mercado caso o Bing consiga prover respostas exatas para a pergunta dos usuários. 

Além da concorrência, a própria ideia de uma IA que atende às solicitações diretamente, ao invés do modelo que conhecemos hoje, é que os usuários navegariam menos entre os resultados, diminuindo as receitas com o Google Ads.

Para nós, que trabalhamos no meio digital, isso também impacta diretamente a nossa noção de SEO (em inglês, Search Engine Optimization). Majoritariamente, os estudos e pesquisas voltadas a ele são focados na Google, pois ela possui a esmagadora fatia de mercado.

Porém, caso o Bing consiga rivalizar ao implementar o ChatGPT, qual será o futuro desse ponto crucial do Marketing Digital e da comunicação na Web? Ainda mais: como garantir que sua empresa seja a resposta escolhida pela inteligência artificial, uma vez que ela dá uma resposta única e não um ranqueamento de páginas?

Um aliado, um novo modelo de negócios ou o começo da Skynet?

É certo de que as I.A. se tornam cada vez mais presentes no mercado. Existem inúmeros questionamentos a respeito do funcionamento do ChatGPT e do que a sua popularização pode significar, não só para as grandes empresas, como mencionado anteriormente, como para a maneira como a sociedade, o trabalho e cada indivíduo se relaciona com a tecnologia.

O nosso conhecimento e entendimento do que realmente são as I.A e do que serão capazes no futuro ainda é limitado e muda radicalmente, portanto, é extremamente desafiador encontrar uma forma de regular as Inteligências Artificiais, e países como Canadá, China, Estados Unidos e Reino Unido oferecem diferentes regras e  abordagens para essa questão.

A preocupação existe porque o ChatGPT e outras inteligências artificiais podem, sim, ser utilizados para desenvolver novos modelos de negócio, tornar tarefas mais práticas e gerar novas possibilidades. Porém, da mesma forma que pode ser utilizada de maneira positiva, essas ferramentas também possuem um grande potencial de disseminação de fake news (ou informação enviesada), criação de spams e malwares e até mesmo roubo de conteúdo, malefícios que se beneficiam principalmente de um fator igualmente importante e perigoso: a transparência (ou, a falta de).

O primeiro ponto para entendermos é que nenhuma inteligência artificial surge 100% do nada. Como mencionamos em outro artigo do nosso site, sua base é desenvolvida por programadores que, direta ou indiretamente, inserem seus próprios valores e ideais. Além disso, elas também são alimentadas por conteúdo gerado e disponível na rede, além de aprender a partir das interações com os usuários, resultando em outro grande problema: o plágio e as fontes de informação.

Muitos pesquisadores de inteligências artificiais apontam que o conteúdo gerado por você e outros usuários (goste você ou não) é mais importante para o aprendizado das I.A.s do que os próprios programadores, que se aproveitam desses recursos sob o pretexto de “aprendizado de máquina”. Em diversos casos, as contribuições dos usuários acabam desprotegidas em meios aos “termos de uso” (que nós sabemos que você não lê).

Basicamente, essa lógica cria uma dinâmica de “exploração”, em que programas como o próprio ChatGPT podem “roubar” fontes sem a devida autorização ou menção, extraindo de sites como a Wikipédia, plataforma de conteúdo gerado coletivamente pelos usuários. E acredite: elas são ótimas em editar e utilizar o conteúdo que encontram online, até mesmo utilizando artes, fotos e designs publicadas na web para gerar novas imagens, mesmo que sem permissão dos autores originais. 

Por conta do aprendizado não supervisionado dessas inteligências e a falta de transparência sobre o seu funcionamento e como respondem às novas informações que acumulam diariamente, é normal que sejam geradas respostas erradas, enganosas e, por vezes, preconceituosas. 

Nós testamos e vimos que a inteligência artificial pode dar a resposta para a mesma pergunta, mas de formas diferentes. Logo, como se certificar de que algum trabalho ou qualquer outro tipo de texto não foi copiado do ChatGPT? E como saber se a resposta foi, de fato, assertiva, visto que as fontes se tornam cada vez mais confusas e diluídas?

Já houveram casos, inclusive, de inteligências artificiais que geraram respostas perigosas, como “inserir algo na boca” e “segurar a pessoa” diante de uma situação de convulsão, exatamente o oposto de recomendações médicas. O ChatGPT, inclusive, foi capaz de gerar um artigo argumentando que “adicionar porcelana amassada ao leite materno pode auxiliar o sistema digestivo infantil”. 

E aqui fica o questionamento: se as respostas soarem convincentes para a maioria dos usuários, como saber se as respostas estão corretas? Como distinguir conteúdos gerados por humanos e máquinas? Uma sugestão possível é adicionar marcas-d’água a qualquer conteúdo gerado por I.A, para que os usuários possam discernir e buscar referências por conta própria.  

Em relação ao plágio, o CEO da OpenAI, Sam Altman falou que a empresa vai desenvolver métodos, principalmente para as escolas, de detecção de plágio, contudo foi sincero ao afirmar que não há como garantir que todos os casos de fraude serão capturados por esse filtro.

Assim como as calculadoras mudaram a forma como a matemática passou a ser ensinada, será que o ChatGPT irá impor um novo método ou processo de aprendizado? Como garantir a autenticidade não só do ensino e do trabalho, mas de todo conteúdo gerado?

O que esperar do futuro?

Independente da forma que for usado, o ChatGPT se mostra como uma realidade inevitável, ainda mais com os resultados que vem apresentando. Cada vez mais pessoas e empresas irão utilizar a plataforma pela facilidade que oferece.

Sem falar que o ChatGPT ainda está em testes e em sua versão GPT-3. Ainda no ano de 2023, a versão GPT-4 vai ser lançada e promete ser mais poderosa e englobar uma fatia muito maior da internet. Com um processamento mais aprimorado, a tecnologia irá proporcionar interações mais fluidas e assertivas com a Inteligência Artificial.

Por isso, a palavra-chave de tudo o que falamos até aqui é adaptação. Esse avanço vai chegar em alguma hora – talvez até mais cedo do que imaginamos. Mudanças na forma que trabalhamos vão acontecer, o que vai diferenciar é o quanto estamos preparados para incorporar essa tecnologia em nossos processos.

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