7 meses: podemos dizer que esse é tempo de vida que resta ao Flash Player, um dos mais importantes e populares reprodutores multimídia para web de todos os tempos. O aplicativo, desenvolvido originalmente em 1996 pela Macromedia e posteriormente adquirido pela Adobe, se integra aos navegadores por meio de plug-ins, funcionando como uma ferramenta multimídia que faz com que os browsers possam reproduzir todo tipo de conteúdo feito através do Flash, porém, tanto a Adobe quanto o Google anunciaram que deixaram de prestar atualizações e suporte ao aplicativo, indicando o encerramento de suas atividades quase que por completo, principalmente quando boa parte do conteúdo atualmente já é adaptado (ou foi convertido) para formatos mais seguros e eficientes.

Apesar de ocupar um papel importante ao longo dos anos, a sua decadência não é nenhuma novidade. Segundo levantamento, em 2014, em média 80% dos usuários do Chrome visitava diariamente ao menos um site que utilizava o Flash. Em 2017 essa taxa já tinha caído para 17%, continuando em declínio. Há cerca de 10 anos a Apple já apontava as características negativas do aplicativo, reforçando que não o utilizaria em seus smartphones e, desde então, o Flash Player passou a perder cada vez mais espaço na web.

“Com a crescente demanda pelo acesso da internet em dispositivos móveis, muito do desenvolvimento passou a ser realizado sem esse recurso, visando a utilização de ferramentas e linguagens que fossem funcionais em ambos os dispositivos. Para se ter uma ideia, há pouco menos de 1 ano, somente no Brasil, 56% do acesso à internet ocorria somente pelo celular”, conta Elisa Roque, desenvolvedora web aqui na lab212. “Fora isso, desde 2015 são apontadas falhas de segurança referentes ao plug-in, fazendo com que muitos desenvolvedores repensassem a utilização. Há quem diga que essa é a principal razão da extinção da ferramenta”, explica. Além disso, o Flash Player ainda é uma extensão instável, lenta na renderização e que consome muita bateria.

Agora que a sentença já está praticamente decretada, como fica o lado da web que ainda depende dessa extensão? Bom, na verdade, a mudança não vai ser nada que vá “quebrar a internet”, afinal, como explicamos, o Flash já estava caindo em desuso e existem diversas linguagens hoje em dia que podem cumprir o seu papel de maneira muito mais competente.

“Antes ele era uma necessidade para a criação de conteúdos interativos mas há alguns anos a migração para outras linguagens já vem acontecendo e o Flash já vem se tornando obsoleto, além de vulnerável. Em 2015 já ocorriam alterações no navegador que demonstraram uma melhora no desempenho e na segurança através de outras tecnologias, como o HTML5. Dessa forma, espera-se que impacto seja mínimo, já que a transição vem ocorrendo gradualmente há alguns anos.”, aponta Elisa. Mesmo que a mudança não seja tão grande assim, ainda é uma nova realidade que precisa ser encarada. Por isso, a Elisa, nossa super desenvolvedora, listou quais linguagens vão substituir, ou já estão substituindo, o Flash Player:

HTML5: é a quinta versão da linguagem HTML e, diferente das versões anteriores, fornecesse recursos para uma melhor integração com CSS e Javascript, tornando as aplicações mais leves, dinâmicas e atraentes.

WebGL: é um recurso que chegou aos navegadores em 2010 e que oferece suporte à renderização de gráficos 3D de forma nativa, sem a necessidade de instalar algum plugin.

Javascript: ou linguagem de scripts para páginas web, permite que sejam desenvolvidos conteúdos dinâmicos e interativos, inclusive em 2D e 3D.

 

Segundo ela, são basicamente linguagens que tomaram a dianteira diante do desgaste do Flash, inclusive com recursos indicados pela própria Adobe, como é o caso do WebGL e do HTML5.

Quando o Flash Player vai acabar em definitivo? Ainda é difícil dizer. Há quem aposte que poucas pessoas sentirão falta dele, mas também há aqueles que não conseguem visualizar a internet sem o Flash. O que podemos dizer com certeza é que a migração já é natural e está acontecendo há anos, por isso, é preciso estar preparado para o que vem por aí.